Aprenda como funciona a tecnologia que revolucionará sua conexão
A internet sem fio que já faz parte do nosso cotidiano irá mudar. A chegada do WiFi 6 promete trazer novidades interessantes para seu uso, não apenas em termos de velocidade, como também de segurança e usabilidade.
Tal tecnologia, lançada oficialmente no dia 16 de setembro de 2019, ainda está em seus primeiros passos, mas é de se esperar que esteja disponível em mais dispositivos com o passar do tempo, dadas suas claras vantagens em comparação com o que tínhamos anteriormente.
Vamos entender melhor quais foram os padrões existentes até então e porque essa novidade é tão importante para o mundo da tecnologia e conectividade.
Quais são as versões de Wi-Fi disponíveis?
Se nós já chegamos ao WiFi 6, subentende-se que tenha havido cinco outras versões anteriores, e é justamente isso o que aconteceu.
A Wi-Fi Alliance é o grupo responsável pela implementação do padrão Wi-Fi e ele percebeu que as denominações anteriores concernentes à tecnologia de conexão estavam complicadas e confusas, o que levou à instauração dos números.
A partir dessa definição, as tecnologias de conexão Wi-Fi passaram a levar os seguintes nomes, seguidos do ano em que aquela tecnologia foi implementada:
- Wi-Fi 1: 802.11b (1999);
- Wi-Fi 2: 802.11a (1999);
- Wi-Fi 3: 802.11g (2003);
- Wi-Fi 4: 802.11n (2009);
- WI-Fi 5: 802.11ac (2014).
Apenas para esclarecimento, 802.11 é o padrão que foi adotado pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers, ou Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) para redes de área local sem fio
O IEEE 802.11 pertence ao conjunto IEEE 802, este por sua vez definido como a família de padrões que lida com redes de área local e metropolitana.
Voltando para a denominação das redes sem fio, agora, ao invés de saber se o Wi-Fi 802.11g veio antes ou depois do 802.11a, a questão ficou bem mais simples: o Wi-Fi 3 veio depois do Wi-Fi 2.
Além da questão do nome, outro ponto que foi facilitado é saber se existe compatibilidade entre as redes. Um dispositivo compatível com Wi-Fi 5 também é compatível com redes Wi-Fi 4, cujos dispositivos também podem se conectar nas redes anteriores, e assim sucessivamente.
Outro ponto que merece ser destacado é que, atualmente, os padrões de Wi-Fi 1, 2 e 3 não fazem parte desse novo “branding” das tecnologias, pois já são tão antigos que ficaram obsoletos. Apenas as redes de Wi-Fi 4, 5 e 6 (e provavelmente as posteriores) passarão por essa atualização.
A Wi-Fi Alliance também tem planos ainda mais interessantes, como o fato de os dispositivos serem capazes de reconhecer o padrão das redes disponíveis, que será exibido junto com o famoso símbolo das ondas crescentes.
Dessa forma, ao chegar em um local e tentar conectar qualquer dispositivo com acesso ao Wi-Fi, como smartphones, tablets, notebooks e afins, você poderá ver o padrão de cada rede e, assim, escolher a com o maior número – e consequentemente um melhor desempenho.
Quais são as novidades trazidas pelo WiFi 6?
Assim como a conexão 5G trouxe novidades em relação às anteriores, como 4,5G, O WiFi 6 também apresenta melhorias interessantes quando comparado com seus antecessores.
Com nome técnico 802.11ax, além de também poder ser chamado de AX WiFi, ele foi desenvolvido para melhorar a velocidade, aumentar a eficiência e reduzir o congestionamento em cenários de uso intenso das redes sem fio.
Originalmente, o WiFi 6 foi desenvolvido em resposta ao número crescente de dispositivos ao redor do mundo, que só tem aumentado com o passar dos anos. Isso fazia com que os roteadores não se comportassem tão bem com muitos conectados ao mesmo tempo.
De acordo com o “Cisco Visual Networking Index: Forecast and Trends, 2017 – 2022 White Paper”, feito pela Cisco, havia 18 bilhões de dispositivos conectados à internet em 2017, número estimado a atingir 28,5 bilhões em 2022, o qual excede, de longe, a população global, hoje de aproximadamente 7,7 bilhões.
Alguns dos destaques do WiFi 6 são os seguintes:
- Maior velocidade de transferência de dados. O WiFi 5 podia atingir até 6,9 Gbps de streaming, número que passou para 9,6 Gbps com o WiFi 6, um aumento de 39%.
- Maior número de dispositivos conectados. As tecnologias empregadas no AX WiFi permitem que as redes sejam capazes de suportar até 4x mais dispositivos do que o padrão anterior, o que a torna ideal para casas com muitas pessoas e dispositivos, bem como prédios comerciais, aeroportos, shopping centers e afins.
- Envio mais rápido de dados. Ao invés de mandar 8 bits a cada símbolo, o WiFi 6 permite enviar 10 bits, o que resulta em um aumento de 25% na velocidade da conexão.
- Maior estabilidade. O OFDM é um símbolo que transmite dados, responsável por dividir os dados em pequenas subportadoras para maior estabilidade. Em outras palavras, é como se no mesmo intervalo de tempo fossem enviadas 4x mais ondas, o que melhora a estabilidade e alcance da conexão, bem como potencializa sua velocidade em até 11%.
- Maior largura de banda em um canal mais largo. Ao invés de uma banda de 80 MHz, como a que estava disponível no padrão anterior, o WiFi 6 tem uma banda de 160 MHz, o dobro do que havia antes, o que possibilita uma conexão mais rápida entre o roteador e seus dispositivos.
- Redução de conflitos com sinais vizinhos. A interferência de vizinhos e outros sinais será bem reduzida, graças à tecnologia BSS (Base Station Service) Color, que funciona como se marcasse os sinais vizinhos de uma cor diferente e que o seu roteador evitasse tais sinais. Em termos práticos, as interferências serão bem menores, isso sem ter que realizar nenhuma obra estrutural ou procedimento complicado.
- Menor consumo de energia dos dispositivos. O Target Wake Time (TWT) permite que os dispositivos negociem quando e com qual frequência eles “acordarão” para enviar ou receber dados. Assim, o tempo de espera dos dispositivos será otimizado e, por consequência, sua bateria durará mais.
Por ser uma tecnologia nova, não são muitos os dispositivos compatíveis com ela até o momento. A Apple, por exemplo, já adotou o padrão em seus iPhones 11, 11 Pro e 11 Pro Max, o que significa que eles estão prontos para funcionar com o WiFi 6.
Em relação a aparelhos certificados, de acordo com a Wi-Fi Alliance, provavelmente o primeiro a ocupar esse lugar oficialmente será o Galaxy Note 10. Tal certificação demanda hardwares atuais, o que significa que dispositivos mais antigos não devem recebê-la.
Assim como a internet das coisas e 5G são tecnologias que tendem a ganhar muito mais terreno com o passar do tempo em relação às redes móveis, o AX WiFi deve funcionar da mesma maneira, embora com redes fixas sem fio.
São muitas as novidades trazidas pelo WiFi 6, que revolucionará a forma com que dispositivos e roteadores se conectam. Portanto, é de se esperar que as empresas de telecom e de outros segmentos, bem como usuários residenciais, se preparem para adotá-la e comprovar todos os benefícios na prática.
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